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Perda de Pessoas Amadas – Mortes Prematuras

Iniciado por Ricardo, Janeiro 26, 2017, 03:39:30 PM

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Ricardo

Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os maismoços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte etem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva osque são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe,privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, paracompreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdênciaonde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divinapela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vosinfligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudotem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelasencontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses setornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.

Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhososdesregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem queantes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é umgrande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias davida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aqueleque morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempona Terra.

É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe deesperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar,abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima damatéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela nãoseria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhepreferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale umaposição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?

Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale demisérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrerconvosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte umaseparação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quandodesembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estãoperto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentosvos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossasdores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra avontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração achamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortesconsolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarãoo porvir que o soberano Senhor prometeu. – Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita deParis. (1863.)

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 5. Livro eletrônico gratuito em https://www.febnet.org.br.