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10 Razões Para Ouvir os Espíritos

Iniciado por Ricardo, Janeiro 26, 2017, 03:32:55 PM

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Ricardo

Uma das coisas da filosofia espírita que intriga e indigna algumas pessoas é o facto de se entrar em intercâmbio, em contacto, com o mundo espiriual.

- Para que fazem isso? - perguntam as pessoas?

- Porque não deixam os "mortos" em paz? Não têm medo que venham os diabos responder às vossas perguntas? - afligem-se alguns.

Grossos equívocos. As representações populares ligadas ao termo "Espiritismo" são as das mesas pé-de-galo (de que já falámos profusamente neste blogue) ou então de algum feiticeiro exótico a fazer rituais de conjuro dos Espíritos, com objectivos maléficos e inconfessáveis.

Tentemos desfazer esses equívocos, mais uma vez, cientes de que, como terá dito Albert Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito:

1 - A esmagadora maioría dos espíritas não participam em reuniões de intercâmbio com o mundo espiritual. A mior parte dos espíritas assiste ou profere palestras, assiste ou orienta cursos, participa em actividades de auxílio humanitário, em convívios, congressos e encontros, em grupos de estudo, na fluidoterapia, etc..

2 - No Espiritismo conversa-se com os Espíritos porque para o Espiritismo é tão natural falar com uma pessoa viva como com uma pessoa que já tenha abandonado o corpo físico e se ache no mundo espiritual. Se uma pessoa quiser falar comigo para uma finalidade útil, é da mais elementar boa educação responder-lhe. Da mesma forma, se um Espírito quiser deixar uma comunicação válida e bem educada, é da mais elementar boa educação ouvi-lo.
Aliás:

3 - Não foi o Espiritismo que "inventou" o intercâmbio com os Espíritos. Desde sempre que em todos os lugares e em todas as culturas se falou com os chamados "mortos".

Jesus de Nazaré falou com Moisés e Elias, que haviam vivido na Terra séculos antes. Referimo-nos ao episódio bíblico da Transfiguração. O Apóstolo Paulo adverte também que não se deve acreditar em qualquer Espírito, mas experimentá-los, para ver se são "de Deus".

Não entramos no etnocentrismo de pretender que só as comunicações cristãs com os Espíritos são legítimas e "boas", é claro... O mundo não é só a Europa e o Médio Oriente.

4 - No Espiritismo as comunicações com os Espíritos são objecto de estudo. Os médiuns espíritas estão à disposição dos investigadores sérios, pois à Ciência não deve ser vedado estudar coisa alguma. As comunicações obtidas nas actividades mediúnicas, no Espiritismo, são sempre criteriosamente analisadas.

5 - No Espiritismo as comunicações com os Espíritos servem para auxiliar sofredores. Acontece haver pessoas que vão para o mundo espiritual (quando o seu corpo morre, obviamente) e que se acham em condições de grande sofrimento e angústia, pelas mais diversas razões. Nesses casos, e sempre coma permissão de Deus, pode ser útil que essas pessoas possam ser ouvidas e esclarecidas por "vivos", pois ainda estão mentalmente mais próximos do mundo material do que do mundo espiritual.

Acontece também haver Espíritos que deixam palavras de consolo para familiares que choram amargamente a sua partida. É humano e justo que essas mensagens sejam transmitidas.

6 - Se os Espíritos se comunicam, é porque Deus o permite. Dentro do mais rigoroso ambiente de recolhimento, disciplina e amor ao próximo, as pessoas aprestarem-se a receber mensagens dos Espíritos, não só a ninguém prejudica como é útil paliativo para muitas dores.

7 - As pessoas que possuem mediunidade, por algum motivo a possuem. Durante muitos anos considerada uma doença, a mediunidade já não é assim considerada pela Organização Mundial de Saúde. Na Idade Média as pessoas portadores de mediunidade, também chamada percepção extra-sensorial, eram queimadas... ou consideradas santas. Às vezes ambas as coisass, como é o caso de Joana d'Arc, qe foi considerada santa, depois queimada como feiticeira, e mais tarde reabilitada e considerada de novo santa.
Para o Espiritismo, a mediunidade não é coisa de "santos" nem de "feiticeiros". É uma mera faculdade orgânica, que pode ser bem utilizada, mal utilizada, ou simplesmente não utilizada.

8 - É simplesmente falso e erróneo considerar-se que no Espiritismo a mediunidade é provocada em alguém. A mediunidade pode ser estudada e educada, mas não se pode desencadeá-la em quem a não possui.

9 - No Espiritismo não se comercializam comunicações com os Espíritos. Não se prometem comunicações. Não se fazem perguntas indiscretas aos Espíritos. Aliás, apenas se fazem perguntas que visem a instrução moral, como se pode constatar nas 1019 perguntas que constam de O Livro dos Espíritos.
Seria absolutamente pueril acreditar-se que nos centros espíritas alguém se põe a perguntar aos Espíritos onde estão enterrados tesouros, o número da lotaria ou quem casará com quem! Tão pouco nos centros espíritas se realizam quaiquer tipos de "consultas" ou se praticam actos médicos!
A mediunidade no Espiritismo, que é doutrina cristã, é praticada tal como o era no tempo dos primeiros cristãos, que confabulavam com os Espíritos ("ficavam cheios do Espírito-Santo e falavam em Línguas", e escreviam sob a inspiração do Espírito-Santo, como é o caso dos Evangelhos).

10 - Além da pesquisa científica e do auxílio a sofredores, a instrução moral é o terceiro objectivo do exercício da mediunidade no Espiritismo.


Há quem objecte que depois dos Evangelhos a Humanidade já não precisa de mais instrução moral. É uma opinião justíssima, como é justíssimo o direito de discordar dela. Também o povo Hebreu considera que o Antigo testamnto basta, e não valoriza nada o Novo Testamento e Jesus de Nazaré. Jesus de Nazaré foi considerado um perigoso inovador, um herético, um líder de uma seita divisionista, e por isso foi executado. Porque se atreveu a afirmar coisas novas, ainda que não desmentissem as Escrituras antigas...
Também os antigos Imperadores cristãos de Roma diziam que a Bíblia era o único livro necessário, pois outro luvro que dissesse coisas diferentes, era mentiroso; se dissesse as mesmas era supérfluo.
Com os mesmo argumentos um califa incendiou a Biblioteca de Alexandria, só que para o califa era o Alcorão o único livro necessário, e os outros eram literalmente para queimar.

Sem retirar qualquer valor às Escrituras Judaicas, Cristãs, Muçulmanas, Hinduístas, Taoistas, Confucionistas, Sikes, etc., o que tem valor moral nunca é demais. As mesmas verdades eternas são reformuladas consoante a sensibilidade de cada autor.
Os cépticos sistemáticos sempre afirmam que as comunicações mediúnicas são fraudes. Existem evidências científicas de que assim não é, mas cada um tem direito à sua opinião.

Muitos religiosos também afirmam que as comunicações mediúnicas que não sejam as dos seus livros sagrados são obra dos diabos. Dir-se-ia que Deus foi parcimonioso em permitir só a alguns e em épocas determinadas que recebessem comunicações. Por outro lado, é de assinalar que a serem os diabos, os mafarricos, os belzebus, que se comunicam sempre, eles estejam aparentemente regenerados, pois dão comunicações de conteúdo piedoso. Apelam ao amor a Deus e ao próximo. Apontam Jesus e os seus ensinamentos como bússola. Só Bem recomendam:


DENTRO DE NÓS

Emmanuel

Não te esqueças de que estender a caridade sem interesse e de que ensinar sem afetação, aos que sabem menos que nós, é o processo de beneficiar a nós mesmos.

Recorda que a vida edificou em ti um centro de criação e inteligência que te cabe desenvolver.

Viverás sob o esplendor solar, mas se não possuis bastante visão para percebê-lo, vacilarás envolvido nas sombras em que tantos se mergulham.

Caminharás entre sinfonias de imponente beleza, entretanto, se não contas com ouvidos percucientes para registrá-las, clamarás no deserto da surdês.

Disporás de bolsa repleta, contudo, se não sabes conjugar o verbo discernir, a fortuna arrojar-te-á, talvez, em precipícios de sofrimento e desilusão.

Respirarás entre preciosas bibliotecas em que jaz entesourada a luz do pensamento de todas as épocas, no entanto, se não podes penetrar o sentido da letra, cambalearás senda afora, à maneira de um sonâmbulo infeliz, nas obscuridades da noite.

Foge da inércia e trabalha sempre!...

Trabalha servindo aos bons para que se preservem e aos menos bons pra que se reajustem, aos sábios para que se santifiquem e aos ignorantes para que se iniciem no conhecimento superior.

"Fora da caridade não há salvação" pode também significar "fora do auxílio aos outros não te libertarás do eu", inclinado à vaidade e ao orgulho, ao egoísmo e à discórdia.

Consagremo-nos à plantação indiscriminada e constante do bem, desculpando e ajudando, aprendendo e redimindo, enriquecendo-nos de amor e avançando na sabedoria, e assim, criando paz e felicidade, beleza e progresso em torno de nossos passos, compreenderemos igualmente com Jesus que a vida é invariavelmente o espetáculo soberano das bênçãos do Pai Celestial, no livro da natureza, e que é preciso acender, dentro de nós, a luz imprescindível, a fim de que através da sublimação da própria individualidade, estejamos em sintonia com a vida imperecível.