• Bem-vindo ao Fórum Mestre Cruz.
 

Atendimento - o clássico "cofre aberto"

Iniciado por Ricardo, Janeiro 26, 2017, 03:37:33 PM

Tópico anterior - Tópico seguinte

0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.

Ricardo

Costumamos dizer que há duas portas de entrada no Espiritismo: a do sofrimento e a do conhecimento. Há quem se interesse pela doutrina espírita pelo interesse pelo Saber, e há - na maioría dos casos - os que chegam em busca de auxílio.

Uma das situações típicas é o eclodir da mediunidade. A mediunidade é a faculdade de percepcionar o mundo espiritual ou de agir sob sua influência (ver os Espíritos, ouvi-los, escrever ou falar por iniciativa destes).

Raras são as pessoas que estão preparadas para a eclosão da mediunidade, também chamada percepção extra-sensorial. O fenómeno costuma fazer-se anunciar por sensações como a de não se estar sozinho, a cabeça "a crescer", estômago inchado, mudanças súbitas de humor, e a seguir pode eclodir de facto a mediunidade, nas suas múltiplas variantes e combinações.

Raramente as pessoas chegam ao centro espírita sem terem tentado antes outros meios de se "verem livres" do que se lhes afigura assustador. Os médicos, na sua maioría ainda desconhecedores do assunto, tomam a situação por uma doença do foro psiquiátrico. Os sacerdotes, igualmente cheios de boa-vontade, benzem a pessoa, na esperança de que o "demónio" se vá embora. Mas nem a "doença" se cura - porque não há doença - nem o "demónio" se vai embora - porque não há demónio nenhum.

Segue-se habitualmente a clássica visita a "uma senhora" ou "um senhor", que diagnosticam invariavelmente "cofre-aberto"! Sendo uma pessoa bem intencionada, tentará umas rezas e benzeduras, uns defumadouros, mandará a pessoa a um santuário pôr velas, rezar uma novena, andar com um terço ao pescoço, ouvir umas tantas missas e prescreverá o uso de um amuleto qualquer. Se for uma pessoa menos bem intencionada, a prescrição é igual, mas será paga a peso de ouro e acrescida de umas quantas novidades que o marketing acrescentou aos velhos processos: uns "banhos de descarga", umas "limpezas espirituais", uns pozinhos para usar nas algibeiras (que entretanto vão ficando mais vazias)...